Monte Castelo recebe jovens empreendedores do Planalto Norte
Alunos do curso de Formação em Liderança, Gestão Ambiental e Empreendedorismo, promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária de Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI), foram convidados, nos dias 01 e 02 de agosto do corrente ano, a conhecer as inovações nos pomares do municipio e a cooperativa de fruticultores do Planalto Norte Catarinense: Cooperpomares. Os pomares visitados pertencem família Bueno, família monte castelense que possui destaque na produção de pereiras (cv. Cascatense e cv. Pera d’água) e o pomar diversificado da familia Barth, que possui inúmeras frutíferas, como macieira (cv. Eva Colorida), pessegueiro (cv. Chimarrita), videiras ( diversas cultivares), entre outras. O pomar de pereiras foi escolhido pela modernidade na qual foi implantado, ou seja, diferentemente dos pomares antigos que muitas vezes conhecemos (árvores altas, vigorosas e muito espaçadas), o a pomar dos Bueno é implantado em alta densidade, espaçadas de 0,70 a 1,0 m entre plantas e 5 m entre linhas, conduzidas no sistema de líder central. Essa maneira de condução permite o aumento de produtividade das pereiras, com frutos mais coloridos e maiores, inclusive com a produção a partir do 2º ano de implantação, o que não é possível com cultivares e conduções antigas. Além disso a mão de obra exigida nos tratos culturais é menor, uma vez que as plantas ficarão menores, logo, com facilidade de manuseio, como a poda e a colheita. A fruticultura tornou-se tão importante para a família Bueno que a intenção é de aumentar a área destinada a fruticultura e diminuir o plantio de culturas temporárias. Na propriedade há uma área de 1,3 ha com as pereiras, o produtor garante que a renda advinda da venda das peras lhe fornece em média 3 vezes o valor gasto com os custos de produção uma vez que o valor do kg vendido chegou a R$ 3. A propriedade da família Barth é o excelente exemplo de diversificação da propriedade rural, isso porque há a implantação de uma gama de fruteiras no pomar. Essa diversidade promove um equilíbrio com o ecossistema, estreitando os laços entre homem e natureza. Além disso, possibilita a venda de diversas frutas em quase todas as épocas do ano, mantendo a renda familiar durante o ano. O município de Monte Castelo, pertencente ao Planalto Norte Catarinense, tem alto potencial para a produção de diversas frutas, inclusive há espaço para a citricultura de mesa, além das culturas da amoreira, morangueiro, quivizeiro, macieria, pessegueiro, nectarineira, entre outras. A Cooperpomares, idealizada no ano de 1998, é o maior exemplo da agregação de valor com o cooperativismo. Atualmente conta com 119 cooperados, instalações próprias para armazenamento, industrialização e planejamento, lembrando que as frutas que aqui passam estão presentes no cenário alimentício de diversos lares pelo Brasil. Para o coordenador da Fruticultura do Planalto Norte, Eng. Agr. Jânio Secon, “o cultivo de fruteiras com a implantação no sistema moderno de adensamento proporciona uma renda maior por área, não somente pelo aumento da produtividade, como também a diminuição da mão de obra e o aumento da qualidade do fruto, o que agrega valor as frutos. Isso quando o pomar é bem manejado, obviamente.” Além disso, acrescenta: “Os jovens estão visualizando o sucesso da fruticultura, nessa visita a semente da motivação foi semeada. Esperamos que fruticultores de sucesso sejam despertados com essas visitas em Monte Castelo”. A prefeitura municipal de Monte Castelo, conjuntamente com a Epagri, está analisando projetos voltados ao incentivo à produção de olerícolas, frutas e a agroindústria do município, iniciativas voltadas especialmente aos agricultores familiares. Nesse sentido, a visita dos jovens monte castelenses e dos demais jovens do Planalto Norte catarinense, foi muito importante para o alavanque da cadeia produtiva de frutas na nossa região. Estamos cientes que os jovens precisam de projetos promissores para suas vidas, e queremos que eles escolham permanecer no meio rural por opção, por enxergarem que há sim a possibilidade de ter resultado econômico, social e ambiental com qualidade de vida no meio rural.